Polícia prendeu homem que estava com mais de 300 celulares roubados e furtados. Quadrilha chefiada por ele era considerada uma das maiores de São Paulo.
Por ser um alvo “fácil” e conter diversas informações pessoais sobre as vítimas, muitos criminosos apostam no roubo de celulares. Recentemente, nesta terça-feira, a Polícia Civil de São Paulo prendeu um homem, que é conhecido como o “maior receptador de celulares do Brasil”. O homem estava com 312 celulares, que foram roubados ou furtados em diversas cidades de São Paulo.
A polícia teve acesso ao criminoso após vítimas conseguirem ter acesso à localização dos aparelhos após o roubo. O homem, africano, natural de Guiné-Bissau, tinha uma central de desbloqueio de aparelhos, a fim de ter acesso às contas bancarias presentes nos celulares, para trazer transações.
Saiba todos os detalhes sobre esse caso e descubra o que acontecia com esses aparelhos roubados pela quadrilha do homem.
Maior receptador de celulares do país
O homem, de 50 anos, foi encontrado em um local que continha diversos computadores equipados com programas que burlavam o acesso aos aparelhos e permitia movimentações em aplicativos de bancos. Após acessar os aparelhos, eles eram embalados em plástico filme e colocados em malas, onde eram enviados para países da África.
De acordo com os policiais, dos 312 aparelhos, 64 estavam com queixas de roubo ou furto. Ainda de acordo com as informações, o homem já era procurado pelas autoridades por receptação, graças a investigações de roubos e furtos de smartphones, onde vítimas foram agredidas e mortas no estado de São Paulo recentemente.
A polícia ainda informou que o homem era responsável por receber os aparelhos roubados e que era chefe da organização responsável por desbloquear os celulares e invadir os aplicativos de bancos.
Mesmo apreendendo celulares de diversas marcas, a maioria dos aparelhos era iPhone. Os aparelhos vão passar por uma análise pela polícia e serão entregues aos donos.
Números
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de aparelhos furtados ou roubados no estado de São Paulo aumentou cerca de 19,7% em 2022. A maioria dos aparelhos são furtados em ruas, estações de metrô ou em carros que ficam parados no trânsito. Diversas quadrilhas de receptadores ficam espalhadas pelo centro de São Paulo, principalmente no entorno da Rua Guaianases, local onde o homem foi preso.
O que acontece com os aparelhos
Após o roubo ou furto, as quadrilhas mudam o IMEI dos aparelhos, para driblar o bloqueio feito pelas operadoras de telefonia. Os aparelhos que não tiveram o IMEI trocado são enviados para países onde o bloqueio da Anatel não funciona ,que nesse caso, era a África.
Após desbloquear os celulares, os criminosos conseguem criar contas em bancos com dados falsos e conseguem fazer transações financeiras. Após isso, os aparelhos são desmontados e as peças são vendidas em vários pontos de comércio no centro da cidade.
Os policiais tiveram acesso a mensagens trocadas entre integrantes da quadrilha, com negociações para compra de dados como número de CPF, RG, contato, endereço e e-mail das vítimas. Os valores cobrados pelas informações eram a partir de R$50,00.
Com esses dados em mãoos, os criminosos conseguem falsificar documentos e conseguem criar contas em bancos digitais e fazer cadastro em programas sociais do governo federal. Com isso, são feitos empréstimos, financiamentos e transferências de valores para outras contas.
Como se proteger
É importante ativar as verificações de dois fatores nos aplicativos, principalmente em redes sociais, apps de bancos e e-mails. Também é importante ter um e-mail reserva para a recuperação de senhas, que não esteja logado no aparelho. Em casos de roubos, é ideal solicitar o bloqueio do aparelho e do chip, além de registrar um boletim de ocorrência, para que a polícia fique ciente.