11 dicas contra assédio sexual no ambiente de trabalho

Duyuru

O assédio sexual no ambiente de trabalho não é um fato novo, mas que vem, felizmente, ganhando cada vez mais notoriedade. As ocorrências nem sempre são observadas pelos supervisores e gestores, ou não são devidamente encaminhadas.

Uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que cerca de 52% das mulheres já enfrentaram algum tipo de assédio no trabalho. Por isso, é preciso falar sobre o tema e saber como combatê-lo e preveni-lo nos espaços colaborativos. Isso porque o assédio sexual costuma ser silencioso e as vítimas podem se sentir culpadas por sofrerem a violência.

Uma empresa que se preocupa com as suas funcionárias deve saber como colocar em prática ações que evitem o assédio sexual no ambiente de trabalho. Por isso, trouxemos 11 dicas para combatê-lo na sua organização. Confira e coloque em prática o quanto antes.

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assedio sexual no trabalho

1) Faça um diagnóstico interno

Se a empresa ainda não possui uma política consolidada sobre o tema, o primeiro passo é estabelecer a dimensão do problema.

Para isso, realize um diagnóstico interno na sua organização, por meio de questionários, pesquisas ou outras formas de coletar dados. Se entender que é preciso, pode optar pela anonimização dos dados.

A partir dos resultados obtidos, será possível traçar uma estratégia mais precisa das medidas que precisam ser tomadas.

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2) Crie espaços seguros

Depois de ter um diagnóstico interno da empresa, é hora de dar um dos primeiros passos efetivos para combater qualquer tipo de assédio: fazer com que a vítima se sinta segura para denunciá-lo.

Isso significa não apenas contar com um espaço apto a receber os relatos, como uma ouvidoria interna, mas também mostrar que a coragem para descrever o abuso sofrido valeu a pena.

Assim, assegure-se de que os seus canais internos de comunicação estão funcionando como deveriam.

3) Falar sobre assédio nunca é demais

Ainda que possa parecer uma atitude pequena, realizar palestras sobre o tema é de fundamental importância.

Além de propiciar a identificação de atitudes que, muitas vezes, podem passar despercebidas e não são comumente entendidas como assédio, também pode funcionar de forma pedagógica para quem comete essa violência.

Se você pretende investir nesse tipo de ação, lembre-se que não basta apenas ficar no terreno da revitimização,  ou seja, não basta tratar do ponto de vista de como a pessoa que sofreu pode buscar ajuda. 

O papel dos gestores também é agir para evitar que aconteçam essas atitudes. Nesse sentido, uma boa opção é trazer palestras voltadas para os homens, já que, em termos de gênero, é quem costuma apresentar mais esse tipo de comportamento. 

Por vezes, podem ter ações que beiram o assédio sexual ou inclusive já são classificadas como, mas sequer tem a consciência da gravidade. É evidente que não é uma desculpa para tê-las, mas se souberem identificar antes mesmo de externalizar, poderão ter maior consciência sobre o tema.

4) Incentive que outras pessoas também atuem

Ainda sobre a prevenção, as empresas devem fazer com que todos os seus colaboradores se sintam confortáveis para trazer questões envolvendo o assédio sexual. 

É comum que a própria vítima não se sinta confortável para relatar o que sofreu, já que passa a reviver um evento traumático. 

Seus colegas, portanto, podem fazer isso por ela e evitar que a violência continue acontecendo.

5) “Brincadeiras” não são “só brincadeiras”

O assédio sexual no ambiente de trabalho pode se apresentar de inúmeras maneiras. De olhares até toques físicos, tudo pode constituir essa agressão.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, o assédio sexual é definido como um tipo de abordagem não desejada por outra parte, possuindo uma motivação sexual ou uma indesejável insistência de alguém em uma posição de poder.

É importante destacar que quando o termo “posição de poder” é utilizado, é muito mais abrangente que a mera hierarquia da organização.

As empresas que pretendem combater o assédio precisam não apenas ter isso em mente, mas fazer com que os seus trabalhadores também tenham.

Certas brincadeiras que digam respeito ao físico de uma pessoa, por exemplo, podem facilmente entrar no campo do assédio sexual. Portanto, evite fazê-las e caso presencie, chame a atenção.

6) Conte com a CIPA para combater o assédio sexual no ambiente de trabalho

Recentemente, a conhecida Comissão Interna de Prevenção de Acidentes passou a ser denominada “Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio”, referindo-se aos mais variados tipos de assédio que podem ocorrer no ambiente laboral.

Alguns gestores ainda não sabem disso, tendo em vista que é uma alteração bem recente, que aconteceu em setembro de 2022. Contudo, o prazo para entrar em conformidade com as novas exigências é até 21 de março de 2023.

Essa alteração ocorreu por meio da aprovação da Lei Federal n.º 14.457/2022, que criou o programa “Emprega + Mulheres”. O objetivo da medida é promover a inserção e a manutenção das mulheres nos espaços de trabalho, apostando na aprendizagem profissional e em medidas para apoiá-las no cuidado dos filhos pequenos.

O Programa Emprega + Mulheres pode ser considerado um avanço significativo em prol da igualdade de gênero e de um ambiente de trabalho mais seguro e integrado. 

Assim, a questão do assédio sexual no ambiente de trabalho deve ser trabalhada pela CIPA, orientando suas ações. Também é possível, mas não suficiente, incluir o tema na Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho.

7) Invista na capacitação e treinamento

Apesar de ser uma medida válida para todo e qualquer funcionário da organização, é ainda mais importante que aqueles que atuam no setor de recursos humanos, ou que trabalhem nos setores de ouvidoria interna, estejam preparados para encaminhar as denúncias.

Portanto, não deixe de capacitar os integrantes dos recursos humanos e todos aqueles que atuam em cargos superiores, já que costumam ser procurados quando há uma relação mais direta.

8) Coloque o tema nas regras da empresa

Já foi o tempo em que o assédio era um tabu que não podia ser trazido para as discussões do dia a dia. Como destacamos, falar sobre esse tipo de ação também é uma forma de prevenir e combater.

Por isso, é indicado incluir regras de conduta a respeito dos mais variados tipos de assédio nas normas internas da empresa. 

Essas regras devem contemplar tanto o comportamento esperado dos funcionários em relação aos colegas quanto às medidas que devem ser tomadas em caso de denúncia. 

9) Estabeleça avaliações periódicas

Hoje em dia, um profissional é formado e avaliado por muito mais do que seu simples desempenho no dia a dia.

É preciso contar com um conjunto de habilidades que vão desde a capacidade para trabalhar em equipe até a forma com que lidam com determinadas situações.

O ambiente corporativo cada vez mais valoriza as características diferenciais e as chamadas soft skills para separar o bom profissional do simplesmente mediano.

Assim, uma forma de avaliar de forma justa os seus funcionários e, ao mesmo tempo, combater o assédio sexual no ambiente de trabalho é incluir quesitos que digam respeito à esses temas nas avaliações períodicas.

10) As políticas devem ser para todos

Chegado o momento de elaborar e colocar em prática uma política rígida de combate ao assédio, é papel do empregador demonstrar que não há diferenciação na forma de lidar de acordo com o cargo do denunciado.

Essa responsabilidade passa por demonstrar que, independentemente do cargo ou posição dentro da empresa, a resposta será a mesma, por meio de medidas disciplinares cabíveis.

A partir do momento em que algumas pessoas recebem respostas diferentes de outras, demonstra-se uma falta de ética e compromisso com um ambiente de trabalho mais seguro e acolhedor.

11) Trabalhe com o sindicato da categoria

Por fim, tenha em mente que o sindicato da categoria pode ser um importante aliado para combater o assédio sexual no trabalho.

A atuação conjunta entre a empresa e os representantes dos trabalhadores pode resultar em estratégias mais acertadas, elaboradas de comum acordo e que podem, inclusive, constarem em acordos coletivos e outros documentos similares.

Há ainda o aspecto da confiança: algumas vítimas podem se sentir mais confortáveis em relatar ao sindicato do que diretamente à empresa. Valorize essa relação para ter resultados mais eficientes.

Combater o assédio sexual no ambiente de trabalho é urgente

Depois desse artigo, você já tem 11 dicas contra o assédio sexual no ambiente de trabalho para serem colocadas em prática. 

Independentemente do porte da sua empresa, investir e trabalhar nesse tema é fundamental para assegurar a boa relação e o bem-estar de todos que atuam na sua organização.

É importante lembrar que, além de qualquer legislação, discutir e melhorar as políticas internas para combater o assédio sexual é uma questão de responsabilidade e respeito entre todos os colaboradores. 

Assim, é preciso buscar o engajamento de todos os setores e de todos os funcionários para lidar com esse problema. Por isso, abrir espaço para discussões sobre o assunto, realizar treinamentos, conscientizar os membros da equipe por meio de palestras, ter regras de conduta bem estabelecidas e falar sobre o que significam todos os tipos de abuso são passos importantes para assegurar um ambiente de trabalho saudável e seguro para todos e todas.

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