Na terça-feira (28), as operadoras Claro, TIM e Vivo anunciaram a adesão a uma rede colaborativa que promete aumentar a segurança dos celulares. Essa adesão visa permitir que as empresas verifiquem os números telefônicos sem enviar mensagens de autenticação por SMS, um método frequentemente usado em fraudes bancárias.
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Conheça o Que Muda
Essa rede colaborativa também possibilita às operadoras e aos bancos identificar trocas recentes de chips nos aparelhos, bloqueando transações suspeitas. Além disso, facilita a localização do celular em caso de roubo, impedindo que golpistas manipulem o sinal de GPS.
Essa iniciativa, chamada Open Gateway, foi lançada pela entidade administradora do ecossistema global de telecomunicações GSMA, em Barcelona (Espanha), no início de maio. No Brasil, o anúncio foi feito durante um evento da GSMA em São Paulo, com as principais empresas de telefonia celular.
Esses novos serviços estarão disponíveis em todo o país até o fim deste ano, conforme a GSMA
Para viabilizar o desenvolvimento de novos aplicativos e serviços, incluindo os de segurança, as empresas optaram por abrir dados operacionais na plataforma. Isso seguindo a lógica do open banking, onde os bancos compartilham informações entre si.
Cerca de 40 operadoras de países como Brasil, China, Noruega e Nova Zelândia aderiram à iniciativa, representando 64% das conexões globais à rede de telefonia, de acordo com a GSMA.
No Brasil, que aparece entre os líderes em rankings mundiais de fraudes telefônicas e de internet, a implementação dessa tecnologia começará focada em cibersegurança. Segundo a GSMA, desde já, o projeto foi concebido garantindo 100% de privacidade do cliente por design.
O Que a Nova Tecnologia Promete para Reduzir as Fraudes
Três serviços serão disponibilizados:
- Verificação de Número: A adesão ao Open Gateway permite a verificação do número telefônico sem a necessidade de mensagem por SMS, eliminando o risco de golpes que desviam mensagens de texto para ter acesso a chaves de autenticação.
- Troca de Chip: A nova tecnologia permite identificar trocas recentes de chip em um celular para que bancos façam o bloqueio de mais transações com alta probabilidade de fraude.
- Localização de Dispositivo: A Open Gateway facilita o compartilhamento da localização do celular e evita que golpistas manipulem o sinal de GPS. Essa novidade permite o desenvolvimento de novas tecnologias ligadas à logística, a partir da localização de trabalhadores e veículos.
Para a Claro, a adesão à iniciativa coloca o Brasil a par do que há de mais moderno no mundo em telecomunicação, segundo declaração do diretor de novos negócios, Carlos Araújo.
O vice-presidente para novos negócios e inovação da TIM Brasil, Renato Ciuchini, destacou que a empresa trabalha com o propósito de criar um ambiente mais seguro e protegido. “A oportunidade de aderir ao Open Gateway está em linha com esse cenário.”
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Anatel e as Medidas para Suspender Números Irregulares
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) recomendou às operadoras uma série de medidas para inibir o uso irregular do prefixo 0800, como a suspensão imediata do número quando houver indícios de uso para fraudes. As empresas têm até 27 de dezembro para se adequar.
Querem todos acabar com os golpes, tais como o da falsa central de atendimento. Nessa modalidade criminosos enviam à vítima uma mensagem na qual se passam por um banco ou uma empresa e pedem um retorno a um número, que pode ter início 0800.
Telefones iniciados em 0800, 0300, 4000, 4003 e 4004 não estão vinculados a localizações geográficas, o que permite o contato sem a necessidade de recorrer a uma chamada interurbana. A Anatel diz que monitora esses números em parcerias com as prestadoras de telecomunicações.
A agência também indica que as empresas estabeleçam cláusulas contratuais que responsabilizem o detentor da numeração em caso de fraude e proíbam a revenda do número.
Com efeito, o objetivo das operadoras é inibir golpes
A saber: a nova norma ajuda, mas, às vezes, deixa espaço para as falsas centrais telefônicas continuarem a operar. Esta é a opinião de Fabio Assoline, pesquisador-chefe para a América Latina da empresa de cibersegurança Kaspersky.
Para Assolini, a Anatel deveria voltar sua atenção aos SMSs com números curtos, como (1153, usado pela TIM, ou 27900, usado pelo Nubank). Afinal, quando os criminosos conseguem acesso a um desses registros, garantem mais legitimidade à mensagem.
Ele diz que os criminosos, com frequência, procuram operadoras menores para conseguir cadastros iniciados com números não geográficos ou curtos, também usados por bancos e outras empresas.
Como resultado, a implementação dessas medidas é um passo importante para garantir um ambiente digital mais seguro para todos os usuários. Ainda assim, a evolução contínua é essencial para manter a segurança dos dados dos usuários.
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