Com a popularização do Pix, método de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central do Brasil, surgiram novas modalidades de fraudes que ameaçam a segurança de estabelecimentos comerciais. Recentemente, criminosos têm utilizado aplicativos falsos de bancos para simular pagamentos via Pix em lojas físicas, colocando em risco tanto os comerciantes quanto seus clientes.
Identificada pela Kaspersky e divulgada pela Folha de S.Paulo, essa nova fraude tem gerado preocupação entre especialistas e empresários, que precisam adotar medidas preventivas para evitar prejuízos.
Como Funciona o Golpe dos Aplicativos Falsos?
O golpe começa com a criação de aplicativos que imitam perfeitamente as funções dos aplicativos bancários oficiais, inclusive a interface de pagamento via Pix.
Durante a transação, o golpista insere os dados normalmente, como chave Pix, valor e senha, enquanto o aplicativo falso exibe uma tela de carregamento, simulando a autenticação do pagamento.
No final do processo, o sistema gera um comprovante falso de pagamento, que muitas vezes é aceito pelos comerciantes desatentos, resultando em perdas financeiras.
Leandro Cuozzo, pesquisador da Kaspersky, destaca que essa fraude geralmente ocorre em transações de baixo valor, onde a pressa e a falta de atenção dos atendentes facilitam a ação dos criminosos.
A solução para evitar esse tipo de golpe, segundo Cuozzo, é simples: os comerciantes devem sempre verificar se o valor foi efetivamente creditado na conta antes de liberar a mercadoria.
A instantaneidade do Pix permite que essa verificação seja feita de maneira rápida, oferecendo uma camada adicional de segurança.
A Organização dos Criminosos e a Venda dos Aplicativos
A venda desses aplicativos fraudulentos ocorre em plataformas como Telegram, onde quadrilhas especializadas comercializam essas ferramentas por valores que variam entre R$ 25 e R$ 45 por banco. Um pacote completo, contendo versões falsas de vários bancos, pode ser adquirido por R$ 120.
Além dos aplicativos, os criminosos compartilham dicas e orientações sobre como aplicar os golpes em redes sociais como Telegram, TikTok, Instagram e YouTube. Essas orientações incluem, por exemplo, quais produtos são mais fáceis de adquirir e em que momentos os atendentes estão mais vulneráveis.
A Ameaça Tecnológica e a Sofisticação dos Golpes
Esses aplicativos falsos não apenas comprometem a segurança das transações, mas também representam um risco significativo para os dispositivos nos quais são instalados.
A Kaspersky alerta que, para instalar esses aplicativos, o usuário precisa desbloquear o smartphone, o que pode expor o dispositivo a outras ameaças. Além disso, as mesmas quadrilhas desenvolvem ferramentas para burlar a comunicação por NFC, gerar documentos falsos e até mesmo criar deepfakes que possam enganar os sistemas de biometria dos bancos.
A sofisticação desses golpes é preocupante e demonstra o nível de organização dessas quadrilhas, que continuam a inovar em suas abordagens para driblar as medidas de segurança.
O uso de deepfakes, por exemplo, mostra que os criminosos estão utilizando tecnologias avançadas para tornar seus golpes ainda mais convincentes, dificultando a detecção por parte dos bancos e das vítimas.
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Esforços para Combater a Fraude e Aumentar a Segurança
Diante do aumento desse tipo de golpe, diversas plataformas de redes sociais têm tomado medidas para combater a disseminação dessas práticas. O Telegram, por exemplo, removeu canais que estavam sendo usados para vender os aplicativos falsos.
O YouTube excluiu vídeos que ensinavam como aplicar o golpe, e o TikTok bloqueou contas relacionadas às quadrilhas. Paralelamente, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem intensificado campanhas de conscientização para alertar tanto comerciantes quanto consumidores sobre os riscos associados a essas fraudes.
As instituições financeiras também têm investido em tecnologias de detecção de fraudes, além de promover treinamentos internos para capacitar suas equipes a identificar e bloquear transações suspeitas.
A colaboração entre as plataformas digitais, os bancos e as autoridades é essencial para mitigar o impacto desses golpes e proteger o ecossistema financeiro como um todo.
Medidas de Proteção para Comerciantes
Para garantir que seu negócio esteja protegido contra fraudes via Pix, é fundamental adotar uma série de medidas preventivas. Em primeiro lugar, os comerciantes devem sempre verificar se a transação foi efetivamente creditada na conta indicada antes de liberar qualquer mercadoria.
Essa simples verificação pode evitar que falsos comprovantes de pagamento sejam aceitos.
Além disso, é crucial que os comerciantes utilizem apenas aplicativos oficiais de bancos, baixados diretamente das lojas de aplicativos autorizadas. Aplicativos de fontes desconhecidas ou não oficiais devem ser evitados, pois podem comprometer a segurança do dispositivo e expor dados sensíveis.
Outro ponto importante é a conscientização da equipe. Atendentes e caixas devem ser treinados para reconhecer sinais de fraude e estarem atentos a qualquer irregularidade nos comprovantes de pagamento. A instalação de sistemas de monitoramento e auditoria constante das transações também são práticas recomendadas para minimizar os riscos.
Os Principais Alvos dos Criminosos
Geralmente, pequenos comerciantes e estabelecimentos com grande volume de transações de baixo valor são os principais alvos dos golpistas.
Eles aproveitam a falta de rigor na verificação dos pagamentos e a desatenção dos atendentes para aplicar o golpe, o que torna esses estabelecimentos especialmente vulneráveis. Por isso, adotar uma postura mais cuidadosa e rigorosa na verificação dos pagamentos é essencial para evitar prejuízos.
A rápida evolução das fraudes envolvendo o Pix exige atenção redobrada por parte dos comerciantes. Ao seguir as recomendações de segurança e manter-se informado sobre as novas técnicas utilizadas pelos criminosos, é possível minimizar os riscos e garantir a proteção do seu negócio. Fique atento e proteja-se contra os golpes com aplicativos falsos de Pix!